A pretensa responsabilidade com que vamos encarando a nossa progressão neste sempre paradoxal caminho da vida leva-nos, através de um processo de “formatação” constante, que vem desde a infância, a atingir determinados patamares de dogmáticas convicções, ás quais nos agarramos freneticamente em nome da mais ou menos inconsciente necessidade de segurança e de resposta aos desafios que o dia a dia nos coloca.
De geração em geração herdamos, para além do evolutivo processo genético, um conjunto de fatores idiossincráticos, como que numa aculturação que nos condiciona a todo um processo comportamental de competitividades dispersivas, sem foco, conflitos e inseguranças, medos por conseqüência, nada assertivos e pouco inteligentes; algo que resignadamente é aceite como um determinismo incontornável, mas que em nada nos favorece, na obtenção da qualidade de vida que preconizamos.
Adotamos numa vulgaridade que é importante repudiar, em nome de exaltação de novos valores (que não implicam obrigatoriamente novas ideologias), uma permissiva e displicente atitude que não é, convenhamos, nada consentânea com a grandiosidade da condição humana.
Curioso é que quando por vezes, até informalmente, este assunto é abordado entre todo o tipo de pessoas e ambientes, é unânime a concordância nesta constatação. É como se de outro planeta e de outros seres se tratasse. Nesses momentos sentem-se as expressões de reprovação e indignação ás barbáries que afinal, somos nós que cometemos.
Será que vamos ter de esperar pela “invasão” tão desejável quanto inevitável no seio das nossas sociedades, dos robôs humanóides, que estão a chegar, expoente máximo da criatividade humana e da evolução cientifico tecnológica, para que sejam eles, na sua “pura” e objetiva inteligência artificial, a nos ensinar a andar aqui? Ou vamos continuar como quem assiste de camarote a um filme de ficção, resignados e renegando na apatia, aceitar a nossa missão, seja ela qual for?
É urgente a mudança de atitude, é fundamental que cada ser humano encontre o seu sentido para estar aqui. É necessário levar a humanidade ao destaque que ela merece partindo do individual (cada um que faça a sua parte), para um todo social, corporativo, fomentando a integridade intelectual e a inteligência emocional, a cooperação, aceitação e tolerância… é necessário trabalhar a humildade de querer ensinar e aceitar aprender. E, com todo o conhecimento que já existe, é agora necessária a sabedoria!
Autor: Daniel Figueiredo - Consultor Empresarial e Educacional